O Vampiro

No silêncio da noite caminho nas ruas escuras à procura da vida, vida essa que posso retirar do corpo das outras pessoas, vida essa o néctar vermelho, sim, sou eu! um vampiro, caminho na escuridão acompanhado dos gritos dos muitos que já morreram.

Esta noite sinto algo diferente, eu não sou mais eu, tenho um sentimento em mim, algo que me atinge, e que me dói mais que uma estaca no coração, coração esse que pensei não ter, mas este sentimento despedaça-o, será amor o que sinto? ou apenas desejo, esta noite eu não me sinto faminto, não quero o sangue de alguém que me apareça a frente, procuro aquela pessoa, aquela que me atraiu na noite passada, será possível que um vampiro como eu se tenha deixado cair aos pés de uma mera mortal levado pelo pequeno coração?
Que sentimento é este que sinto, que é isto que me deixou afável?
Um vampiro vive para matar, e sugar o sangue dos corpos meio mortos destes mortais que vagueiam pelas ruas à noite onde o perigo espreita a cada esquina, eu sou mortífero, assim como todos os outros que vivem como eu, mas esta noite algo está diferente, o vampiro não quer mais matar, o vampiro quer viver, a noite passada alguém despertou em mim um sentimento há muito perdido, e o vampiro deseja renascer, tornar-se novamente mortal, e se viver implica morrer para começar de novo, então morro, morro porque o sangue já não me alimenta, o que eu preciso para viver és tu, tu ao meu lado para sempre.
E o vampiro morreu eu não sou mais eu...

†Marius Nocturnus